Peixes-voadores
Por Rafael Lima
Voluntário da ONG Orla Viva
Graduando de Ciências Biológicas/UFMA
“Para seres que vivem
em mar aberto, não há como se esconder dos predadores”. Logo, a menos que você tenha
muita sorte, suas chances de sobreviver a um encontro mortal normalmente se
resumem a uma única palavra: fugir. Sair nadando em altas velocidades, escapar
usando jatos de tinta preta que turvam o ambiente, esquivar-se unido a um grupo
de semelhantes... seres que vivem em ambientes abertos como os oceanos precisam
desenvolver as melhores estratégias para sua sobrevivência e assim, quem sabe,
passar seus genes adiante. Mas vamos concordar: se o problema está na água, por
que continuar lá? Por que não sair dela?
Os peixes da família Exocoetidae,
também conhecidos como “peixes voadores”, adquiriram a capacidade de saltar do
ambiente aquático para fora dele, e, uma vez fora, planar sobre a superfície da
água. Tal estratégia adaptativa para anti-predação mostrou-se eficaz ao longo
do tempo, existindo hoje mais de 40 espécies distribuídas em todos os
principais oceanos (preferencialmente nas águas mais quentes).
A ação ocorre da seguinte forma:
quando sentem-se ameaçados, os peixes voadores passam a nadar rapidamente e compulsivamente
em grandes cardumes para a escaparem da predação. Mas, se eles conseguirem
atingir certa velocidade dentro d’água e seus predadores (como o atum e o
marlin) ainda não tiverem ido embora, eis que começa o espetáculo: com sua
forma aerodinâmica de um torpedo e a força de sua nadadeira caudal, o peixe é
capaz de disparar em direção à superfície, e sair da água. Nesse momento, eles
abrem suas nadadeiras peitorais e batem suas caudas velozmente (cerca de 40
vezes por segundo) sobre a linha d’água para obter subsídio suficiente e, finalmente,
planar. Dados sugerem que esses peixes são capazes de pairar sobre a água por
mais de 40 segundos, cobrindo uma área de 200 a 400 metros.
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Espécie de peixe-voador |
Segundo a literatura, tais peixes
sempre atraíram a atenção dos homens, mas foi só a partir de Linnaeus, em 1758,
que foram iniciados os estudos científicos visando estes animais. A natureza e
a mecânica de seus vôos, a função e a curiosidade foram os principais
motivadores das pesquisas, que, inclusive, foram direcionadas no período entre
1900 e a 2ª Guerra Mundial para a ciência da aerodinâmica, buscando aumentar a
eficiência de aeronaves (por exemplo: Shoulejkin, 1929). Mais tarde, já no século
XX, os estudos se voltaram para biomecânica comparada entre os vôos de aves,
morcegos e insetos.
Realmente, os peixes voadores sao fantasticos!
ResponderExcluirValeu, Rafael, pelo post :)
Saudades, galera!
Um dia espero ver um peixe-voador ao vivo e a cores pq eles são realmente incríveis.
ResponderExcluirPeixes voadores assassinos incríveis
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