Saiba como participar

A consciência ambiental está presente na vida do ser humano desde que este adquiriu conhecimento da fragilidade do planeta. Uma vez que necessitamos de inúmeros recursos para impulsionar a produção de nossas fábricas, para fornecer energia...

Conheça mais sobre a ORLA VIVA

A Associação Ambiental ORLA VIVA-MA é continuidade do Projeto de Educação para Conservação Ambiental Orla Viva, iniciativa dos Professores José Maria dos Reis Maia Filho (SEDUC-MA) e Maurício Araújo Mendonça...

Nossas atividades

A Associação Ambiental ORLA VIVA-MA é continuidade do Projeto de Educação para Conservação Ambiental Orla Viva, iniciativa dos Professores José Maria dos Reis Maia Filho (SEDUC-MA) e Maurício Araújo Mendonça (UFMA)...

Conheça mais sobre a ORLA VIVA

A instituição recebe estudantes de todos os níveis de ensino e é aberta para visitação pública. De março de 2007 a dezembro de 2009 nossos registros indicam a presença de 6.725 visitantes, vindos de 14 Países, de 26 Estados brasileiros...

Saiba como participar

Como ONG, a Orla Viva representa um novo jeito de buscar o desenvolvimento social e promover o bem comum; O cumprimento de nossos objetivos institucionais se dá por meio da cooperação e do incentivo que recebemos...

sábado, 29 de junho de 2013

Anêmonas-do-Mar: de Mutualistas a Parasitas

Por: Rafael Antônio Brandão
Voluntário do Orla Viva - MA
Bolsista PET-Biologia
Graduando do curso de Ciências Biológicas-UFMA

Figura 1- Actiniario adulto.
O que vêm à sua mente quando você ouve a palavra Cnidária? Muito provavelmente a sua resposta será: “Águas-vivas”, “Caravela” ou algo relacionado às queimaduras que alguns dos representantes mais famosos desse filo podem causar. Porém, dentre os Cnidarios existe um grupo de organismos muito famoso pela sua aparência exuberante e fama de bonzinho – as anêmonas-do-mar.
Eles são animais pluricelulares, marinhos e que distribuem-se desde a zona entremarés (região do meso litoral) até regiões mais profundas dos oceanos pelo mundo. Os Antozoários, mais especificamente os Actiniarios (ordem à qual pertencem as anêmonas) diferem dos outros grandes grupos de Cnidarios pelo fato de não apresentarem alternância de geração, ou seja, o adulto só apresenta a forma de pólipo sedentário.

É comum a ideia de que as anêmonas são organismos que ficam fixados em pedras apenas se alimentando de animais ou partículas que tocam os seus tentáculos, sendo esse o único tipo de interação que esses animais têm com o ambiente vivo ao seu redor. Entretanto, já se sabe que algumas anêmonas podem apresentar diferentes tipos de interação com os mais variados grupos de organismos, incluindo vertebrados. Quem já viu a animação da Pixar “Procurando Nemo” sabe que dentre as relações ecológicas envolvendo anêmonas, a de maior destaque é a protocooperação existente entre algumas espécies de anêmonas-do-mar (ex: Heteractis aurorea e Stichodactyla gigantea) e peixes do gênero Amphiprion. Nesta relação em particular, o benefício da anêmona está ligado à alimentação, já que ela se aproveita dos restos alimentares dos peixes.
Figura 2- Peixes-palhaço se protegendo dentro de uma anêmona.
Mas não são só as relações mutualísticas que restringem as interações das anêmonas-do-mar. Alguns estudos realizados na região nordeste do oceano Atlântico com Ctenóforos da espécie Mnemiopsis leidyi apontaram a existência de uma espécie de anêmona do gênero Edwardiisela que parasita indivíduos desta espécie. A infecção se dá da seguinte forma: o M. leidyi é infectado mais comumente através da alimentação, já que essa espécie de Ctenóforo se alimenta basicamente de larvas de invertebrados marinhos. As larvas das anêmonas, após serem ingeridas, fixam-se, principalmente na faringe e no estomago, e então sofrem metamorfose, modificando-se para uma forma vermiforme que se aproveita do alimento obtido pelo hospedeiro, deixando este com um déficit alimentar.
 
            Figura 3 - Anêmona do gênero Edwardiisela dentro do hospedeiro (a) e em diferentes fases do seu ciclo de vida (b,c,d). Adaptado de Selender et. al (2007).

Talvez o grande sucesso evolutivo dos actiniarios tenha se dado, em parte, pelo grande número de interações que esse grupo apresenta com outros organismos. Então, da próxima vez que você pensar ou ouvir alguém falando que anêmonas são “estáticas” ou “paradas” lembre-se que as aparências enganam e que elas podem ser cruéis ao ponto de matar outro animal de fome!

Um comentário:

  1. Muito legal a resenha!!! Interessante pensar em anêmonas como parasitas uma vez que na maioria das vezes elas são citadas apenas como exemplos de relações de simbiose com o peixe palhaço ou caranguejo hermitão. É uma boa quebra de tabus e faz a gente repensar que muitas vezes biodiversidade é incompreendida por nós, por limitarmos as observações e antropomorfizarmos os animais.

    ResponderExcluir