Resenha publicada no boletim do PET de nº11, de março de 2010, pela aluna
Andreia de Queiroz dos S. A. Figueiredo, graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Maranhão e bolsista pelo PETbio. Para ver estar resenha no site do PET,
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Você sabe o que Antigo Egito, Império Romano, China e Japão medievais, Europa, EUA e Brasil têm em comum? A resposta que o artigo “Peixes de Aquário: animais de estimação ou pestes” da Ciência Hoje (Dezembro 2009) propõe é o aquarismo, alternativa saudável pra quem tem dificuldade em criar animais domésticos como cachorros ou gatos. No entanto, aquários também exigem cuidados e preocupações. Manter a água limpa, temperatura e pH agradáveis ás espécies, oxigenação e alimentação adequada freqüentes são alguns exemplos.
Manutenção, crescimento exagerado e agressividade de alguns peixes são motivos que levam aquaristas a desistir dessa prática. E é aí que está o problema: o que fazer com os peixes? Não seria extremamente cruel e desumano matá-los?
Essa “compaixão” acaba levando a atitudes nocivas para o meio ambiente. Aquaristas que soltam seus animais em rios, lagos e praias podem causar uma alteração no equilíbrio natural do ecossistema. Esses peixinhos se tornam bioinvasores, indo parar em ambientes onde geralmente não há um predador natural, passando a competir por alimento com as populações de peixes nativas, disseminando novos parasitas e podendo se tornar ameaças para banhistas. Um exemplo trazido pelos autores ocorreu na Flórida, EUA, onde peixes de aquário sul-americanos introduzidos em lagos fizeram buracos nos barrancos, provocando assim uma erosão que avança 4m por ano.
O artigo trás poucos dados sobre o Brasil, mas algo que vale a pena ser destacado é a dispersão do Guppy, peixe nativo do norte da América do Sul, que chega a ser a espécie mais abundante em lagos do Parque Estadual do Itacolomi e na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais.
A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) afirma que 1/3 das espécies introduzidas mais prejudiciais foram disseminadas devido ao aquarismo. E a presença de espécies exóticas em ambientes naturais é uma das principais causas de perda da biodiversidade do planeta.
Então o que fazer com os peixinhos? Nesses casos, o sacrifício é sim uma solução aplicável (por congelamento ou sob a orientação de um veterinário). Também há a possibilidade de vender ou de doar seu peixe. Liberar pela descarga? Jamais! Ele vai acabar atingindo um ecossistema aquático do mesmo jeito. Quem solta seu bichinho de estimação no meio natural comete crime ambiental federal previsto na Lei 9.605 de 1998.
Vamos provar que realmente amamos os peixinhos de aquário dando a eles o destino mais adequado!
Fonte: MAGALHÃES, A. L. B.; BARBOSA, N. P. U.; JACOBI, C. M. Peixes de Aquário – animais de estimação ou pestes? Ciência Hoje, vol. 45, p. 40- 45, dez. 2009.
É importante mesmo mencionar como tem que haver um certo preparo e conhecimento para ter um aquário. A maioiria das pessoas pensa que é só comprar o aquario e colocar o peixe. Estamos pensando em fazer um mini-curso ou palestra se possivel sobre aquarismo para todos os interessados!
ResponderExcluirAbraço